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Entenda o que é “sharenting” e os direitos das crianças

Excesso de compartilhamento de informações pessoais pode gerar problemas futuros

Com a expansão do acesso à internet e a popularização das redes sociais, o compartilhamento de fotos e vídeos tornou-se uma prática comum entre a maioria das pessoas. O enorme número de usuários em plataformas como Instagram, Facebook e TikTok não deixa dúvidas sobre isso.

Em se tratando do aspecto familiar, por exemplo, os pais deixaram de montar álbuns de fotografias dos filhos para postar estes e outros conteúdos no mundo virtual. O problema é que manter a privacidade online é algo bastante improvável quando cada “passo” do indivíduo é revelado na internet.

Nesse contexto, surge um conceito que, apesar de parecer algo extremamente novo, já se faz presente no nosso cotidiano diário: o sharenting. Hoje, vamos entender o que isso significa e quais as principais implicações que tal prática pode ter na vida dos nossos filhos.

Sharenting: entendendo o conceito

Em inglês, as palavras share e parenting significam “compartilhar” e “paternidade”, respectivamente. Sharenting, portanto, diz respeito ao compartilhamento de fotos e vídeos dos filhos pelos próprios pais nas redes sociais de maneira contínua.

De acordo com o relatório publicado pelo Pew Research, em 2020, 80% dos pais entrevistados na pesquisa declararam ter compartilhado imagens, vídeos e, é claro, informações pessoais de seus filhos nas redes sociais. Nome completo da criança, da escola onde ela estuda e dos lugares que ela frequenta são alguns exemplos.

A grande questão é que esse excesso de compartilhamento, também chamado de oversharenting, pode ser prejudicial para a criança, seja por conta da presença de criminosos e pessoas mal intencionadas nesse ambiente, seja pelas reações futuras do indivíduo ao ver sua imagem publicada.

Outro ponto que muitas vezes passa despercebido é o de que tudo o que é postado no universo virtual acaba deixando uma “pegada”, um rastro que, na maioria das vezes, é permanente. Mais ainda, quando estamos falando de crianças, garantir a segurança delas é fundamental.

Principais riscos do sharenting para as crianças

Roubo de informações pessoais

A atuação de criminosos já não se limita ao mundo real. Nos últimos tempos, o roubo de informações pessoais virou uma prática comum e que gera diversos prejuízos tanto financeiros como psicológicos para as vítimas envolvidas.

Revelar informações aparentemente banais, como o dia a dia das crianças, os endereços dos seus familiares e a localização em tempo real, é um prato cheio para casos de ameaça, extorsão, sequestro e até deep fake.

Assédio e pedofilia

Outra questão importante é a vulnerabilidade da criança. Em um ambiente visto, muitas vezes, como “terra de ninguém”, a presença de assediadores e pedófilos pode estar mais perto do que se imagina.

Colocar fotos e vídeos em que o seu filho está nu, ou só de fralda, ou até tomando banho, pode ser um prato cheio para maus elementos como esses. Além disso, tais conteúdos podem facilmente ser compartilhados entre os seus semelhantes.

Violação do direito à privacidade

Apesar de parecer algo banal e sem importância, a publicação de conteúdo de crianças sem o consentimento delas pode ser entendido como uma violação à privacidade da mesma, um direito que, segundo a Constituição, é inviolável.

Pensando em termos práticos, isso tem a ver, sobretudo, com a exposição de imagens e vídeos que podem causar algum tipo de constrangimento futuro ao seu filho, o que deve ser terminantemente abolido.

Cyberbullying

Em decorrência da publicação de conteúdos constrangedores e embaraçosos por parte dos pais, outro problema que pode surgir é o chamado cyberbullying, o bullying virtual.

Sendo assim, além de evitar esse tipo de publicação, é importante que os familiares respeitem a vontade da criança (quando ela já tiver idade suficiente para esse tipo de escolha) quanto a publicar ou não uma imagem ou vídeo em que ela aparece.