A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma doença que causa desgaste na cartilagem e afeta as articulações. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge 80% da população mundial com mais de 65 anos. No entanto, um estudo publicado no The Lancet Rheumatology prevê que quase 1 bilhão de pessoas viverão com artrose até 2050, independentemente da idade.
Atualmente, 15% dos indivíduos com 30 anos ou mais já sofrem da doença. A pesquisa, que analisou 30 anos de dados sobre artrose (1990-2020) em mais de 200 países, foi liderada pelo Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME) como parte do Global Burden of Disease Study 2021.
No Brasil, a doença afeta 15 milhões de pessoas, o que representa 20% dos adultos brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. A artrose também é responsável por 7,5% dos afastamentos do trabalho e é a segunda causa mais comum para o uso de auxílio-doença.
Segundo o fisioterapeuta Marcos Emanoel de Souza Ramalho, a artrose é causada pelo desequilíbrio entre a capacidade de absorver impactos e dissipar as cargas aplicadas. Além disso, sua incidência está relacionada com as articulações que suportam grandes pesos, tais como o quadril e joelho, isso se dá devido a um alto estresse mecânico gerado nessas articulações.
Crescimento da doença no mundo
O estudo do IHME descobriu que os casos aumentaram rapidamente nas últimas três décadas devido a três fatores principais: envelhecimento, crescimento populacional e obesidade. Em 1990, 256 milhões de pessoas tinham artrose. Em 2020, este número aumentou para 595 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de 132% em relação a 1990.
Os sintomas da artrose incluem dor nas articulações afetadas, rigidez, inchaço e sensibilidade na articulação, diminuição da flexibilidade e amplitude de movimento e uma sensação de estalos e rangidos nas articulações. Esses sintomas podem variar em intensidade e tendem a piorar ao longo do tempo, afetando a qualidade de vida dos pacientes.
Embora não haja cura para a artrose, o estudo sugere formas de repensar os cuidados e o tratamento para retardar a progressão da doença. Recomenda-se a disseminação de informações sobre prevenção, diagnóstico precoce e tratamento em unidades de saúde e nas escolas.
Obesidade como fator de risco
No primeiro ano do estudo, em 1990, a obesidade era responsável por 16% das incapacidades por artrose, número que subiu para 20% em 2020. Segundo a Liane Ong, investigadora do IHME e coautora do estudo, os sistemas de saúde e os governos têm a oportunidade de identificar populações vulneráveis, abordar os fatores da obesidade e desenvolver estratégias de gestão para prevenir ou retardar a progressão da doença.
Por isso, a indicação é cuidar da alimentação e investir em uma dieta saudável, com suplementos que reponham vitaminas e proteínas que o organismo necessita e que, com a idade, começa a produzir menos. O complemento alimentar Glucerna pode contribuir no tratamento, já que a obesidade é um dos fatores que mais incidem no avanço da doença.
De acordo com as autoridades de saúde, a obesidade é um fator causal ou agravante da artrose, por isso, há a orientação para o controle do peso como forma de prevenção e, também, tratamento para os pacientes diagnosticados com a doença.
O Ministério da Saúde reconhece a obesidade como um problema de saúde pública. Dados recentes mostram que 60% da população brasileira convive com o excesso de peso. Diante disso, alerta para a importância de ações para a promoção de uma alimentação saudável.
Como contribuição, o órgão lançou o “Guia Alimentar para a População Brasileira”, disponível para download gratuito em seu site. O documento reúne orientações para a realização de uma dieta equilibrada, que prioriza saúde e também ajuda no controle do peso.
De acordo com o documento, é indicado que os brasileiros deem preferência aos alimentos in natura, como frutas, verduras e carnes, na hora de preparar as refeições. Dessa forma, deve-se evitar os alimentos ultraprocessados, como biscoitos, embutidos e refrigerantes, que contêm maior teor de sal e açúcar.
Outra dica é priorizar o uso de alimentos da culinária regional como forma de incentivar a adesão à dieta. Por fim, o Ministério da Saúde reforça que, além da alimentação, manter a hidratação adequada e praticar exercícios físicos regularmente também contribuem para o controle do peso e uma vida mais saudável.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a realização de, pelo menos, 150 minutos semanais de atividades físicas para assegurar a bosa saúde do corpo e da mente.
Reposição de colágeno pode ser indicada
Como a produção de colágeno tende a diminuir no processo de envelhecimento, a sua reposição pode ser indicada. O colágeno é encontrado em tecidos como pele, cartilagem, músculos e ossos, representa cerca de 30% das proteínas do organismo humano e atua como uma “cola” entre as articulações.
Em entrevista à imprensa, o médico ortopedista Mauricio de Paiva Raffaelli explicou que o processo de redução do colágeno está atrelado à diminuição da produção de hormônios, que ocorre com o passar do tempo. Outros fatores, como tabagismo e exposição excessiva ao sol, também contribuem para a perda de colágeno.
Como consequência, problemas osteoarticulares – como a artrose – podem surgir ou agravar. O colágeno forma uma espécie de “rede de fibras” que garante o suporte e a resistência dos ossos, permitindo a flexibilidade e a capacidade de absorver choques. Com a redução do colágeno, os ossos ficam mais frágeis e vulneráveis às fraturas.
Segundo o especialista, parar de fumar e evitar a exposição exagerada ao sol entre 10h e 16h evitam a aceleração do processo de perda da proteína. Para a reposição de colágeno pode ser indicada a suplementação, com a orientação de um profissional da saúde.
Estudos recentes analisam o potencial da suplementação de colágeno para a prevenção e o tratamento de doenças ósseas. A pesquisa científica “Suplementação com colágeno como terapia complementar na prevenção e tratamento de osteoporose e osteoartrite: uma revisão sistemática” constatou que o colágeno hidrolisado tem função terapêutica positiva para a manutenção da composição e da resistência óssea.
Suplementos alimentares, como o Colflex em pó, que contém colágeno, ajudam a repor os níveis dessa proteína no organismo, reduzindo a degradação dos músculos e a melhorar a saúde das articulações. O tratamento da artrose visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Entre as opções de tratamento ainda estão medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios, utilizados para controle da dor e inflamação. A fisioterapia com exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor das articulações também é essencial para o manejo da artrose. Esses exercícios ajudam a reduzir a dor e melhorar a funcionalidade das articulações. No entanto, em casos graves, pode ser necessário recorrer a intervenções cirúrgicas para reparação ou substituição da articulação.
Números da doença
A artrose aumenta com a idade. Para maiores de 70 anos, a condição ficou em sétimo lugar entre as causas de anos vividos com incapacidade (YLDs). Os locais mais comuns para artrose são joelhos e mãos. Até 2050, segundo o estudo, a artrose do joelho aumentará em 75% e a artrose da mão em 50%.
A artrose afeta mais as mulheres do que os homens. Em 2020, 61% dos casos de artrose ocorreram em mulheres, contra 39% em homens. Há uma combinação de possíveis razões por trás desta diferença de gênero.
“As razões para as diferenças de gênero na prevalência da artrose estão a ser investigadas, mas os investigadores acreditam que a genética, os fatores hormonais e as diferenças anatômicas desempenham um papel”, explica Jacek Kopek, professor da Escola de População e Saúde Pública da Universidade da Colúmbia Britânica.